terça-feira, 27 de abril de 2010

YACTH CLUBE DA BAHIA - 3

DE VILA PEREIRA Á VIA CATHARINO
Ainda de relação à compra da Fábrica Vitória de Xales pelo grupo que constituía o Yacht Clube da Bahia, dizíamos na postagem anterior que, na Praia dos Índios, onde se localizava a referida indústria, existia uma igreja que, inicialmente, não fez parte das primeiras negociações de compra do espaço.Reproduzimos foto onde se vê claramente a referida igreja, com sua torre perfeitamente delineada.
Igreja na Praia dos Índios

Há, contudo, sobre o assunto, muita controvérsia, se era mesmo uma igreja ou se era uma mansão ou um galpão junto à indústria.

Vamos colocar mais farinha nesse saco. Adiante estamos reproduzindo duas telas do pintor Henrique Passos da área a que estamos nos reportando.
Reprodução de tela do pintor Henrique Passos -1

Reprodução de tela do pintor Henrique Passos-2

Como é sabido, antigamente não existiam máquinas fotográficas para registrar os locais, com as facilidades que hoje temos. Eram os pintores que reproduziam as paisagens e cenas da época. É o caso adiante de duas maravilhosas telas da antiga fábrica de xales Vitória (?!), exatamente onde é hoje o Iate Clube da Bahia.
Tratando inicialmente a primeira delas, (1) destacam-se dois grandes casarões debruçados no alto da encosta sendo que o da direita situa-se exatamente onde hoje se encontra o Cemitério dos Ingleses. Ainda no alto, majestosa, vê-se a Igreja de Santo Antônio da Barra.

De relação à vegetação ainda em cima do morro, pedimos atenção para os coqueiros atrás dos dois prédios. Entre os dois prédios, sobe um bueiro de onde se desprende alguma fumaça, naturalmente da atividade fabril. O outro parece ser uma residência de grande porte. Não se percebe a existência de uma igreja ou algo como tal parecida.

Já de relação à segunda tela do mesmo pintor (2) e do mesmo local, pintada do alto, já não se vê os dois antigos prédios da fábrica um ao lado do outro. Vê-se uma estrutura compacta de grande dimensão com uma clarabóia ao centro e um prédio com um andar superposto que deveria ser muito bonito. Ele tem sua frente voltada para o acesso que já se vê no corte da encosta em direção ao Porto, como é hoje, apenas sem as melhorias de contenção atualmente existentes. De novo vê-se um bueiro em sua forma cônica por trás do prédio sede da fábrica. Mais uma vez, não se percebe a existência de nenhuma igreja como é deduzida pela foto que mostramos acima.
Sobre o acesso que se vê no corte da encosta em direção ao Porto, é justamente ele que determina que a segunda tela, é mais atual do que a anterior onde o referido corte ainda não existia.

Finalmente, onde está a igreja que a foto nos revela? Certamente ela de outra época, antes ou depois das telas reproduzidas. A nossa opinião é que a igreja é anterior a tudo e nos baseamos no fato de que, como em outros locais em Salvador à beira-mar – Monte Serrat – Boa Viagem -Penha – Conceição da Praia, entre outras) os padres foram sempre os primeiros a chegar e ao redor da igreja, então, se desenvolvia o restante das construções. No caso em foco, na ânsia incontida de evangelizar os índios que ali tinham uma vila, a igreja foi de logo construída. Depois, veio a fábrica, etc. etc.
Tem uma certa e forte lógica!



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