sábado, 10 de abril de 2010

SALVADOR-CIRCUITOBARRA-DE VILA PEREIRA Á VILA CATHARINO

O baiano de um modo geral, desconhece a sua cidade em muitos dos seus aspectos sociais, físicos, culturais, econômicos e históricos. Nasceu e vive aqui, mas pouco sabe do seu todo, isto é, de tudo que nela se passa e passou ou poderíamos dizer de tudo que ela é e foi.

Às vezes, o turista, devidamente orientado, desfruta a cidade melhor do que nós mesmos e passa a gostar do que viu e do que soube muito mais do que o cidadão local por uma simples grande razão: “quanto mais se conhece uma cidade, mais se a ama”.
Mas, de uma forma ou de outra, todos amam Salvador! Não só por ser uma das primeiras cidades brasileiras, mas também por ter uma beleza muito própria, individualista, onde o engessamento do antigo procura não se perder no caminhar inevitável do moderno. Terra única com duas cidades, Alta e Baixa, ligada por elevadores públicos onde se paga cinco centavos para subir ou descer. Terra das praias mais lindas do mundo. Terra dos Orixás que flutuam sobre a água. Onde se come na rua uma comida gostosa, absolutamente própria, servida por gente vestida de branco, de “baiana”. Onde se canta uma música somente dela, e se dança igualmente com absoluta exclusividade.
Num lugar como este só poderia viver um povo maravilhoso, alegre, criativo e cordato com tudo e com todos. O maior carnaval do mundo só poderia ser aqui; a maior “lavagem” da terra, ou seja, a maior "passeata religiosa” também não poderia ser noutro lugar É a tradição de um povo que se mantém pelos séculos, “seculorum.” Tem também suas mazelas. Claro! Como as tem Paris, Londres, Roma, o mundo inteiro. Serão mostradas também, desde que nada é perfeito nesse mundo, nem em Salvador.

Com isto em mente, esse trabalho se propõe a tornar mais conhecida a cidade onde vivemos em comum. Não será, contudo, algo como um guia turístico, apontando os lugares onde melhor se come ou se dança, por exemplo. Ele se propõe a alcançar a alma da cidade, seu ego, sua personalidade físico-social, como ela é agora e, às vezes, como ela foi antigamente.

Sem falsa modéstia, pretendemos fazer um documentário que sirva às observações do futuro, às mesmas que tentamos hoje e pouco conseguimos, justamente por não existir trabalho parecido ao que nos propomos fazer agora.

Um detalhe, contudo precisa ser de logo esclarecido. Pelo menos à princípio, limitar-nos-emos a uma parte nobre da cidade, qual seja a Barra e suas adjacências. Circularemos por ela. Tem muita coisa para ser mostrada. Por enquanto, não temos condições de nos estender além desses limites.

Talvez seja bom que assim seja, desde que a concentração ajudará na acuidade dos assuntos, suas particularidades. Pretendemos mostrar essa parte da cidade de todos os ângulos onde a nossa vontade pode ver e alcançar.

Esperamos não ser burlescos e paródicos. Vamos tentar em contrário.

Resolvemos denominar esse trabalho de “Circuito Barra – De Vila Pereira à Vila Catharino” numa alusão ao início de Salvador na Barra até Vila Catharino no presente e na Graça, lembrando o passado.

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