quinta-feira, 22 de abril de 2010

CLUBE DA MARINHA E HOSPITAL ESPANHOL

DE VILA PEREIRA À VILA CATHARINO

O Largo do Farol também chama-se Praça Almirante Tamandaré e bem no muro da Cabana dos Marinheiros, como é conhecido o Clube de Oficias da Marinha, está lá gravado - em bronze - o nome do almirante e no canteiro em frente, acha-se o seu busto.

Tiveram coragem de mudar o nome do largo. Afinal de contas, toda essa praça, o farol em frente, o Museu Náutico, a Cabana dos Marinheiros e o pequeno hotel, afóra o mar, são parte integrante da Marinha. Está certa a Marinha em manter a placa!

Busto do Alm. Tamandaré e ao fundo o Clube de Oficiais da Marinha, conhecido como a Cabana da Barra.


O clube fica do lado contrário à balaustrada, na esquina da Rua Afonso Celso com a Av. Oceânica. Ocupa esse espaço há muito tempo e logo em em seguida, a Marinha mantem um hotel de trânsito.
Hotel de Trânsito da Marinha – Elegante!
Logo após o hotel vê-se um conjunto de apartamentos e e em seguida o tradicional Hospital Espanhol com destaque para aquela mansão que vimos nas duas fotos antigas apresentadas neste trabalho. Foi comprada pelo hospital e integrada às suas instalações que a conserva e ainda a usa.

Parte alta do Hospital Espanhol - Belíssimo
De relação a esta mansão, foram feitas intermináveis pesquisas de relação a pessoa que a constriu, quem nela morou e em mãos de quem o hospital comprou. Nada foi encontrado. Em sendo assim, somos forçados a fazer conjecuturas e hipóteses, o que é bastante válido em situações tais. A primeira conjectura diz respeito à própria mansão. Ela tem um altíssimo padrão. Consequentemente, deve ter pertencido à gente muito rica. Foi constuída em local privilegiado, o que nos inclina a pensar no prestígio social-politico de seu proprietário ou proprietária. Outra conjectura interessante diz respeito ao ano em que foi construída. Já apresentamos fotos do ano de 1700 onde ela já aparece ao fundo. Essas impressões reunidas nos leva a pensar em alguém da família Pereira.

Como se sabe, todo esse espaço atrás do farol até o Iate Clube, passando pela Praia do Porto, chamava-se antigamente Vila do Pereira, uma alusão a Francisco Pereira Coutinho, primeiro donatário das Capitania das Bahia. Ele desembarcou no Porto da Barra em 1535 juntamente com o fundador da Cidade de Salvador, Tomé de Souza. Também veio na comitiva, Garcia D’Avila. O tal Francisco Pereira Coutinho que era riquíssimo, foi nomeado “feitor e almoxrife da Cidade do Salvador e da Alfândega”. Casou-se com a senhora Mécia Rodrigues, contudo, em não havendo sucessão e objetivando-a, veio a casar com uma índia tupi de nome Francisca e aí tiveram muitos filhos, primeiramente uma mulher, Izabel de Ávila que teve dois casamentos. No segundo casou-se com Diogo Dias, filho de Vicente Dias de Beja e de sua mulher Genebra Álvares, simplesmente filha de Diogo e Catarina Álvares Caramuru. Dessa união nasceram muitos filhos mas vamos nos atar no Garcia de Avila, Senhor da Torre que casou com sua tia Leonor PEREIRA. Sem dúvida que essa Pereira é descendente de Francisco Pereira Coutinho. Logo, ela pode ter sido a proprietária da referida mansão do Hospital Espanhol, ou de um dos seus descendentes. Não se pode descartar essa hipótese.


Como se disse em outra oportunidade o tradicional Hospital Espanhol deve ter vindo para a Barra por volta de 1900, desde que em 1897 ainda funcionava no Campo da Pólvora. Atualmente ele se amplia com um anexo muito bonito numa altura correspondente a um prédio de 10 ou 12 andares. Aproveitaram o estacionamento que existia no local.


O novo anexo – Muito bonito


Entrada principal


A tradicional instituição hospitalar denomina-se em verdade Real Sociedade Espanhola de Beneficência e, práticamente, toda a colônia espanhola residente em Salvador é sócia da mesma, bem como sua direção é de descendentes espanhóis ou são espanhóis. É uma instituição modelar.
É bem singular a posição da séde, propriamente dita do Hospital Espanhol no alto de um morro que práticamente não é percebido por quem passa em torno. Essa é uma das extremidades do Morro do Gavazza que, praticamente delineou grande parte dos contornos do bairro, tanto na orla no trecho após o Farol, como nas ruas internas.

O Morro do Gavazza tem início ao lado da Rua Afonso Celso, esquina com a rua Prof. Lemos de Brito; segue em direção à orla e se estende pela Rua Barão de Itapoâ, contornando a antiga Associação Atlética da Bahia e segue em quase toda a extensão da Rua Marquês de Caravelas. Os edifícios alí constrídos têm no fundo o referido morro e, constantemente, estão sendo feitas obras de contenção.


Morro do Gavazza- Área verde




Monumento à Stefan Zweig
Localização: bem frente ao Hospital Espanhol
Stefan Zweig era austríaco e em 1941, mudou-se para o Brasil. O país o inspirou a escrever "Brasil, país do futuro". Teve um fim trágico. Pouco tempo depois, em 1942, suicidou-se juntamente com a mulher que chamava de Lotte.



Nenhum comentário:

Postar um comentário