quarta-feira, 14 de abril de 2010

CLUBE ESPANHOL DE SALVADOR - 1

DE VILA PEREIRA À VILA CATHARINO
Bem ao final da Praia das Pedras está localizado o Clube Espanhol de Salvador, pertencente à comunidade espanhola da Bahia. Ele está como que incrustado no morro ali existente. Antigamente chamava-se Morro de Jesus. Do outro lado está a Praia de Ondina, belíssima, mas mal cuidada.

O Clube Espanhol pôde se instalar nesse local em razão de uma lei municipal que permite ou permitia que clubes e hotéis pudessem se instalar do lado da orla. A colônia espanhola pressionou e obteve este espaço magnífico.
Ao lado esquerdo da foto vê-se o atual Clube Espanhol de Salvador
Parecia que tudo ia bem, mas na verdade, o grande clube acumulou uma dívida quase impagável na ordem de R$16.000.000.00. Aí resolveu vender o seu espaço a uma construtora que promete fazer um novo clube, ao tempo em que ela própria construirá no local um hotel e um sem número de apartamentos.

A operação se assemelha muito a que foi feita com a Associação Atlética da Bahia com resultados ainda a serem conferidos. Sabe-se apenas que o clube possuía quatro piscinas, inclusive uma olímpica de 50 metros e vai receber apenas uma de 25 metros.

É sumamente interessante analisar o que aconteceu com os clubes sociais de Salvador. Tínhamos grandes clubes – Baiano de Tênis, Associação, Fantoches, Português, o próprio Clube Espanhol e o Yacth, este último um caso à parte, desde que foi o único que se salvou da débâcle. Além de não ter ido na avalanche do fracasso, o Yacth se transformou no melhor clube náutico do Brasil. É um sucesso sócio-empresarial.

Diz-se que foi o Carnaval de rua que acabou com os clubes de Salvador. Os partidários dessa idéia argumentam que os grandes bailes carnavalescos mantinham os sócios pagando regularmente suas mensalidades. No momento que o carnaval de rua cresceu com os blocos eletrizados, os bailes deixaram de ser uma atração e, como tal, os sócios deixaram de pagar.

É um forte argumento. Talvez tenha sido mesmo esta a grande razão, contudo há um ponto a considerar. Os responsáveis pelos clubes sociais não perceberam a mudança no devido tempo? Pareece que não perceberam! Deixaram a coisa correr solta! Foram se endividando em todas as estâncias!
Enquanto isto acontecia, do outro lado, a cidade explodia em crescimento imobiliário e os clubes de Salvador não souberam se aproveitar do grande momento. Podiam ter vendido suas sedes por um bom dinheiro e se instalado em outros lugares. Na Orla Atlântica, por exemplo. Foi o que fez a Associação Atlética Banco do Brasil, vizinha da Associação Atlética da Bahia. Vendeu sua sede ao senhor Mamede Paes Mendonça que ali instalou um supermercado e se mandou para a orla, no momento exato. Também os caras eram e são do Banco do Brasil! Matemáticos! Inteligentes!

Em tempo, diga-se que, uma Associação Atlética da Bahia e um Bahiano de Tênis, estavam localizados em áreas supervalorizadas. No final tiveram mesmo que negociar seus espaços, mas aí o fizeram ou estão a fazer, com enormes desvantagens financeiras, desde que grande parte do que receberam foi e será para pagar dívidas. Nessas condições, entraram na luta da compra e venda já batidos pelas circunstâncias e estão aceitando ou vão aceitar, UM NOVO CLUBE, bem menor, com menos equipamentos, com sérias restrições sociais, etc. etc..
Vamos parar por aqui!

Nenhum comentário:

Postar um comentário