quinta-feira, 27 de maio de 2010

DE NOVO A CLARABOIA DO EDIFÍCIO OCEANIA

DE VILA PEREIRA Á VILA CATHARINO
De certo modo, causou alguma surpresa a clarabóia mostrada em uma de nossas postagens do Edifício Oceania na Barra. Não temos conhecimento de que teria sido vista em qualquer tempo ou oportunidade. Só se fazia referência e destaque ao próprio edifício no seu conjunto maravilhoso. Eis o grande edifício, mais uma vez:

O edifício e a sua clarabóia!



Naqueles tempos (décadas de 1930/1940) era muito comum a construção de edifícios com este recurso arquetetônico. Permitia a entrada de luz para as partes internas do edifício. È a chamada iluminação Zenital, ou seja, porção de luz natural que entra pela parte superior do prédio, iluminando os espaços internos.
Mas não é só o Edificio Oceania que tem clarabóia, agora “denunciada”. Em Salvador existe diversos prédios que foram construídos com esse equipamento. É o caso, por exemplo, do Palácio Rio Branco, na Praça Municipal.





Palácio Rio Branco


Sua clarabóia, aliás, suas clarabóias (são duas) – É o prédio com telhas alaranjadas


Mas, de junto tem outro prédio que possui uma clarabóia! Suas telhas são mais alvas! Trata-se de um magnífico edifício na primeira esquina da Rua Chile. De um lado o palácio e do outro, a antiga Prefeitura, ou melhor, a verdadeira Prefeitura, desde que o prédio que construíram após a demolição da Biblioteca Pública e da Imprensa Oficial é mais uma brincadeira arquitetônica do que propriamente um edifício público. Precocuparam-se em fazer um belvedere e esqueceram da harmonia arquitetônica do local. Bem em frente, temos o magnífico palácio Rio Branco: à esquerda a antiga Prefeitura com seu prédio do século XVIII e à direita o tradicional Elevador Lacerda. Numa das laterais da nova Prefeitura corre a Rua da Misericórdia e sua tradicional igreja, até com calçamento à moda antiga, de paralepípedo. Expuseram até os trilhos dos antigos bondes.


A nova Prefeitura

Vejamos um interessante depoimento sobre esse edifício. É de um internauta: Hamilton Vigas:
"Eu gostaria de saber de quem foi a ideia de construir na Praça Municipal,no antigo local da Biblioteca Pública, aquela obra que constrata terrivelmente com a arquitetura neoclássica, tão bonita que pernonifica[sic] nossa história.
Este famoso prédio desconcertante é sede da Prefeitura do Salvador. Pois este órgão deveria construir um novo, lá pela Av. Paralela, e devolver, pelo menos, um patamar no qual poderia estar instalado um chafariz antigo da época, já que é impossível reconstruir a nossa velha BP. Com isto a Igreja da Misericódia seria descoberta e complementaria um quadro deslumbrante da nossa Salvador Antiga. Que podemos fazer? Aceito sugestões."

Em atenção ao amigo, informamos que a autoria do projeto é do Escritório do Arquiteto João Filgueiras Lima, datado de 1986.

Mas a coisa é tão séria que já há no Ministério público uma ação à favor da demolição do referido prédio. Eis parte de seu conteudo:

"Em sentença de 10 de setembro de 2004, o juiz federal substituto da sétima vara do Estado da Bahia, em exercício da titularidade, seguindo um extenso documento em que relata, fundamenta e decide, julga procedente a ação proposta pelo Ministério Público e condena a remover ou demolir o Palácio Tomé de Souza situado na Praça Municipal de Salvador.
A ação foi proposta pelo Ministério Público Federal “em defesa de interesses difusos referentes ao patrimônio histórico e cultural da Nação” alegando que a obra feriria o conjunto arquitetônico, paisagístico e urbanístico da Cidade que se constitui em “acervo de inquestionável representatividade no contexto do patrimônio histórico nacional, eis que preserva fatos ligados à História do Brasil” (2).
A argumentação do Ministério Público continua alegando que a edificação se situa em lugar que é objeto de tombamento coletivo, comprometendo “toda a originalidade, autenticidade ambiental e estética do conjunto arquitetônico tombado pelo Poder Público Federal, contrastando com a arquitetura original do lugar onde se situa, ademais da Igreja e Santa Casa da Misericórdia, o Palácio Rio Branco e o elevador Lacerda” (3).


Outro prédio famoso de Salvador que tem clarabóia e que clarabóia, é a Casa Pia de São Joaquim, na Àgua de Meninos.


Clarabóia da Casa Pia de São Joaquim


Casa Pia de São Joaquim – Igreja e Convento


De passagem, diga-se que, em todo o mundo, as clarabóias faziam sucesso. Vejamos um belíssimo exemplo:

Palácio de Cristal- Abrigou a primeira Internacional da Industria, Comércio e das Artes
1850 – 1851


Palácio de Cristal – Inglaterra
Fato curiosíssimo é a autoria do projeto dessa extraordinária estrutura. Pertence a Joseph Paxton. Grande arquiteto? Excepcional engenheiro? Nada disto! O homem era jardineiro e construtor de estufas.
Baseou-se o genial Joseph Paxton na estrutura das nenúfares, nada mais nada menos, que a nossa conhecidíssima vitória-régia de rara e grande beleza.
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Mas não se pense ou não se diga que as clarabóias foram esquecidas e se restringem às coisas do passado. Em absoluto! Elas retornam com toda a magnitude, naturalmente abrilhantadas com os recursos da moderna arquitetura, refletindo as novas tendências dessa área.













segunda-feira, 24 de maio de 2010

BAIXA BARRA

DE VILA PEREIRA À VILA CATAHARINO

O Jardim Brasil, a exceção de suas ruas internas com nomes de algumas capitais brasileiras, daí o seu nome, tornou-se uma babel a partir das primeiras horas da noite. São dezenas de casas noturnas, entre bares e boates de todos os gêneros. Já está sendo conhecida como a “Baixa Barra”.

Na pequena praça está localizada uma igreja, Jesus Maria José, este é o detalhe. Em torno dela está a festança que se prolonga até a madrugada.

Igreja Jesus Maria José

Não era assim há poucos anos atrás. Tinha uma sorveteria e uma padaria num dos seus lados (Rua Belo Horizonte), duas empresas de informática e uma banca de frutas, numa das esquinas do largo.



A tradicional banca de frutas

Apesar de terem chegado primeiro, dava a impressão que esses estabelecimentos eram verdadeiros intrusos neste mundo boêmio. Em verdade, sentia-se um disparate. E como acontece em situações tais, até que ponto essas casas resistiriam ao assédio que devia estar ocorrendo de cessão dos seus espaços para novas casas de diversão? O tal do poder econômico, a que poucos resistem.

Quem seria o primeiro a ceder? Cedeu uma das casas de informática, justamente, a maior delas. Já estão reformando-a para surgir no local um restaurante ou um grande bar com boate inclusa. O espaço é enorme!



A grande casa de informática já com tapumes verdes protegendo sua reforma

O segundo a ceder e foi uma pena, foi a barraca de frutas, desde que dava ao local um toque bem provinciano. Ficava ao lado de uma boate. Seu proprietário resistiu muito, mas agora efetivamente já fechou as suas portas. A banana maçã que só ele vendia, não pode ser mais comprada por inúmeros fregueses.


Não resistiu! Infelizmente, fechou.


Vai faltar banana maçã

Mas tem ainda uma “resistência”, a última delas e o caso é deveras singular. Trata-se da segunda casa de informática. Tem apenas uma porta.

Para entendermos bem o que está acontecendo, há um pequeno histórico. A tal casa de informática fica localizada entre uma antiga farmácia à sua direita e o ex-famoso-Bar do Chico onde era servido o melhor caldo de polvo de Salvador, à esquerda.


A foto acima mostra à esquerda o novo bar com uma proteção de plástico. Ao centro a casa de informática - Info-zap - e as duas portas brancas são da antiga farmácia. À sua frente a armação em bambu definindo o espaço. Ele é interrompido em frente à casa de informática. Mais ao fundo, um dos melhores bares da região - Nova Schina. O imóvel que ocupa, estilo mexicano, era a antiga mansão dos Liberato de Matos.

Ao redor do Bar do Chico, inclusive o que se vê na foto acima, foram abertos diversos bares com excepcionais estruturas. A concorrência ficou braba. Ou vendia o ponto ou falia, é a conclusão a que se pode chegar, bem como, talvez, não teria resistido a uma proposta absolutamente irrecusável, em termos econômicos.

E quem comprou o Chico, pelo amor de Deus? Possivelmente o proprietário da farmácia ou alguém mais forte teria comprado tanto o espaço da farmácia e o Bar do Chico. Uma coisa ou outra!

A pequena casa de informática ficou no meio da coisa comprada. Certamente, devia haver a esperança de que seu proprietário não resistiria a pressão que se faria, primeiramente espacial, física, e em seguida, financeira e o ex-bar do Chico transformar-se-ia num grande estabelecimento, incluindo o espaço dele próprio, da casa de informática e da farmácia. Algo extraordinário!

Mas o proprietário da pequena casa de informática resistiu às ofertas e se manteve no local!

Resultado: veio a inauguração do novo bar. O espaço onde era o Chico foi todo reformado. E o que fazer com o espaço da casa de informática? Respeitá-lo. Depois dele o jeito foi colocar umas armações em bambu em frente às portas da ex-farmácia e colocar as mesas dentro desse espaço.

Para variar, o proprietário da pequena casa de informática tem um carro, naturalmente. Até boa hora da noite, quando esquenta o movimento, o veículo permanece no local. Causa uma divisão e tanto, digamos, quase um vazio.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

O FAROL DA BARRA TODO BRANCO

DE VILA PEREIRA À VILA CATHARINO

A foto acima é extremamente curiosa, ou melhor dizendo, oferece-nos detalhes curiosos desse local: o Porto da Barra. Seus antigos casarões. A praia. Nenhum banhista como é costume se vê nos tempos de hoje. O Forte Santa Maria, já como é hoje, mas sem a pracinha que lhe contorna nos tempos atuais. A rampa de acesso praticamente se inicia na praia.

De que ano seria esta foto? É a pergunta que se faz. Pelo menos de qual século? Não há informações inseridas na mesma. Temos que deduzir. Mas como?

Dirijamos a nossa vista para o alto à esquerda da foto. Está lá o Forte Santo Antônio da Barra e seu farol, quase imperceptível. Ele foi inaugurado em 2 de dezembro de 1839 com a atual estrutura. A grande lanterna (equipamento de luz catóptico) foi construida na Inglaterra e ergue-se sobre uma torre troncônica de alvenaria. Ainda não está pintado em listras pretas e brancas, como hoje conhecemos. Então, estamos nas proximidades do seu tempo de inauguração.

Hoje pintado de preto e branco


Com base nesse detalhe, podemos determinar a época da foto como sendo do século XVIII, entre 1840 a 1890.
São conclusões como esta que ajudam a conhecer melhor a Barra de antigamente.

A CLARABÓIA DO ED. OCEANIA

DE VILA PEREIRA À VILA CATHARINO

A foto acima é do Edifício Oceania visto do alto. Qual é a novidade? Sempre se fotografou o grande edifício. E agora?

Simplesmente estamos mostrando um detalhe que, talvez, a grande maioria das pessoas desconhecia: o famoso edifício tem uma clarabóia no seu teto. Para entrada de luz ou de água?

Não deixa de ser mais um diferencial!

CARNAVAL DA BARRA- CIRCUITO DODÕ

DE VILA PEREIRA À VILA CATHARINO

Carnaval da Barra - Circuito Dodô
Na década de 1980 teve inicio o Carnaval na Barra, o chamado circuito Dodô entre a Barra e Ondina. O primeiro bloco a desfilar na Barra foi o Oludum, ocorrido exatamente no ano de 1988. Daí em diante, o eixo da folia deslocou-se para esta região, hoje a mais valorizada, transformado-se no Circuito Dodô em contraposição ao Circuito Osmar, do Campo Grande à Praça Castro Alves.
No Brasil, o primeiro carnaval surgiu em 1641, promovido pelo governador Salvador Correia de Sá e Benevides em homenagem ao rei Dom João IV, restaurador do trono de Portugal. Hoje é uma das manifestações mais populares do país e festejado em todo o território nacional.
A origem do Carnaval é imprecisa. É possível que suas raízes se encontrem num festival religioso primitivo, pagão, que homenageava o início do Ano Novo e o ressurgimento da natureza, mas há quem diga que suas primeiras manifestações ocorreram na Roma dos césares, ligadas às famosas saturnálias, de caráter orgíaco. Contudo, o rei Momo que é uma das formas de Dionísio — o deus Baco, patrono do vinho e do seu cultivo, faz recuar a origem do carnaval para a Grécia arcaica.
"O nome Carnaval vem de CARRUM NAVALIS, os carros navais que faziam a abertura das Dionisías Gregas nos séculos VII e VI a.C. Uma outra versão é a de que a palavra Carnaval surgiu quando Gregório I, o Grande, em 590 d.C. transferiu o início da Quaresma para quarta-feira, antes do sexto domingo que precede a Páscoa. Ao sétimo domingo, denominado de "qüinquagésima" deu o título de "dominica ad carne levandas", expressão que teria sucessivamente se abreviado para "carne levandas", "carne levale", "carne levamen", "carneval" e "carnaval", todas variantes de dialetos italianos (milanês, siciliano, calabres, etc..) e que significam ação de tirar , quer dizer: "tirar a carne".
Até a década de 1970, apesar da força do carnaval de rua no centro da cidade, as noites eram dos clubes. Na Barra, a Associação Atlética da Bahia, Clube Baiano de Tenis e Yacth Clube da Bahia, promoviam grandes bailes.
Hoje, todos eles estão fora da folia. A noite também passou a pertencer aos foliões de rua.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

RÉVEILLON DA BARRA

DE VILA PEREIRA À VILA CATHARINO
Até os anos de 1970/80 o réveillon de Salvador tinha sua maior comemoração popular no Largo da Boa Viagem. A festa tinha inicio no dia 31 de cada ano e se completava no dia seguinte, com a tradicional procissão do Senhor dos Navegantes.

O largo se enchia de barracas de jogo e comida e o povo se divertia entre uma e outra com muito samba de roda e umbigada. A música vinha de regionais formados por violão, cavaquinho, surdo, pandeiro e tamborim. Às vezes se incluía uma flauta que era sempre bem vinda.

E até altas horas, o povo sambava e cantava nas barracas da Boa Viagem. À meia-noite foguetes de flechas subiam aos céus e estouravam lá no alto numa seqüência progressiva de estouro de bombas, das mais fracas inicialmente até a derradeira de grande força. Intrigava-nos como os fogueteiros conseguiam aquela seqüência de sons, por vezes harmoniosa. O tamanho dos pavios, explicou um deles, simplesmente!

Já a chamada alta sociedade se divertia no grande baile do Clube Baiano de Tênis, os homens com seus smoking-jacket e as mulheres com seus longos vestidos. Champagne e whisk eram as bebidas e patos e perus era a comida.

Na Boa viagem rolava a velha cerveja e a cachacinha de Santo Amaro. Comia-se vatapá, caruru, sarapatel e mocotó. As baianas de acarajé e abará também ajudavam com seus quitutes.

Não havia mais nada em qualquer outra parte da cidade, inclusive na Barra. Era uma noite como qualquer outra. Mesmo nas barracas de praia, àquela época em pequeno número, não se via movimento.

Somente a partir da década de 1990 começou o réveillon da Barra. Uma queima de fogos de artifícios ainda modesta para os padrões de hoje. Alguns artefatos colocados nas pedras em baixo do Farol e outros no Morro do Cristo. Procurava-se imitar o Rio de Janeiro com seu tradicional foguetório. Uma cópia muito discreta. Público: pouca gente. Diferente de hoje, quando uma multidão de meio milhão de pessoa lota a Barra e se faz algo semelhante aos cariocas. Até o cenário é competitivo. Lá a bela Praia de Copacabana e a harmonia de seus edifícios de apartamentos e hotéis. Aqui, o Farol da Barra de um lado, portentoso; do outro o Morro do Cristo, simples e bonito.

Réveillon da Barra

JARDIM APIPEMA E JARDIM BRASIL

DE VILA PEREIRA À VILA CATHARINO
O bairro do Chame-Chame como se completa com dois outros menores , ambos jardins, o Apipema e o Brasil.

Apipema em tupi-guarani significa “alto da serra”. Temos, pois, uma serra ou quase isto no Chame-Chame. Todo o lado direito da Centenário, até o Calabar é um maciço montanhoso. Começa nos Morros do Ipiranga e do Gato.

O Jardim Apipema é uma área quase toda residencial. Vê-se algum comércio na Rua Prof. Sabino Silva, inclusive um pequeno shopping, mas de resto, é todo tomado por grandes prédios de apartamentos a maioria localizada em suas elevações em torno.
Jardim Apipema - Shopping

Muitos edifícios e a sua pracinha

Centro Comercial do Chame-Chame

Entre a Avenida Centenário e o Jardim Apipema, acha-se o Centro Comercial do Chame-Chame com suas lojas de materiais de construção. Não poderia deixar de ter ums barracas de comida, algo muito peculiar de Salvador. Neste particular, conta-se a história de um industrial baiano que vendia a massa de acarajé em caixas de 500 gramas. Começou em São Paulo. Naturalmente, pretendendo estender seus negócios, reivindicou à Prefeitura daquela cidade a instalação de uma barraca para vender o acarajé no Parque do Ibiracupera. Levou cinco anos tentando. Não conseguiu!

A favela já chegou!


O Jardim Apipema é um verdadeiro labirinto de ruas que sobem e que descem e algumas delas sem saída. À direita de quem vai em direção à Ondina, temos as ruas José Silveira Marques, Bolivar Saback e Rua Cândido Portinári. Á direita de quem vem de Ondina, desde que a Sabino Silva tem mão dupla, temos as ruas Sampaio, Guimarães, Norma e Prof. Jorge Valente. Essas ultimas tem noutro lado a rua Ari Barroso que corre em parte paralela à Sabino Silva. Logo, junto com a Sabino Silva, são dez ruas cruzando a localidade

JARDIM BRASIL

O Jardim Brasil fica do outro lado da Centenário.Tem este nome em razão de que as ruas em torno dele tem os nomes de diversas capitais brasileiras. De principio é uma pequena praça rodeada por todos os lados de bares, boates e restaurantes. Para compensar a folia, os cristãos têm na mesma praça a Igreja que anda tentando colocar certa órdem no local. Já conseguiu que às segundas feiras não funcionem os bares e boates. Certa feita interditou o funcionamento de um restaurante japonês por mais de 1 ano por falta de esrtacionamento. Os caras tiveram que fazer um ao lado esquerdo da praça. Mas, não resistiram. Venderam o ponto e no local abriu-se uma cervejaria, que também já fechou. O "tour-over" nesse segmento é muito forte. Durantge o periodo carnavalesco a pequena praça torna-se um "inferno". É o centro de vendas dos abadás dos blocos carnavalescos. Tem abadá para todos os gostos e bolsos. Fala-se que muitos deles são piratas!

Dois novos bares com destaque para o Schina à direita. O da esquerda já mudou de dono e de nome.
Achamos que nem os proprietários do Nova Schina, sabem que estão ocupando a ex “Mansão dos Liberatos de Matos”. O proprietário era o contador do antigo Banco Econômico da Bahia, pai de Edson Liberato de Matos, grande jogador de tenis de mesa, infelizmente falecido ainda muito joven. Era médico.
O prédio obedece ao estilo mexicano, que nem o Clube Fantoches da Euterpe, na Rua Democrata.


Boite e Banca de Frutas convivem lado à lado

A barraca de frutas pertence ao comerciante Edmilson Maia, antigo distribuidor de doces. Certa feita, comprou um fazenda para os lados de Cachoeira e mudou de ramo. As frutas devem ser de sua propriedade.Não sei quanto tempo essa barrava vai durar. O assédio às suas instalações deve ser grande.

Igreja do Jardim Brasil



quarta-feira, 19 de maio de 2010

SHOPPING BARRA - NO CHAME-CHAME

DE VILA PEREIRA À VILA CATHARINO
Fica na Centenário um dos maiores shoppings-centers de Salvador, o Barra. Foi inaugurado em 16 de setembro de 1987, logo há vinte três anos atrás.

Shopping Barra
No local existia um morro e a área pertencia à família Luz de Euvaldo Luz. Aliás, também era morro, o local onde foram construídos os três prédios ao final da Avenida Princeza Leopoldina, Casa Grande da Barra, etc., bem como a baixada que hoje dá para a Rua Frederico Smith, onde hoje funciona o super-mercado do Chame-Chame. Toda essa área também pertencia a essa família.


Antes da demolição onde é hoje o shopping aconteceu um fato inusitado. Uma onça do zoológico conseguiu fugir lá de Ondina e veio se refugiar exatamente no Morro do Chame-Chame, poderiamos assim chamá-lo.


Foi um Deus nos acuda! Ninguém passava por perto. Aí se lembraram do advogado e radialista esportivo Luiz Sampaio, que era caçador experiente. A intenção era matar o animal. Poderiam ter pensado noutra solução. Uma dopagem, por aí!
Orientados por Luiz Sampaio, pessoal do Corpo de Bombeiro amarrou um pequeno bode numa das árvores do morro e, quando chegou a noite, a onça faminta se aproximou para devorar o indefeso animal. Luiz se encontrava na espreita com um fuzíl de alto calibre apontado para o local. Não deu outra, o animal foi sumariamente abatido.


Livre da onça e cumpridas todas as formalidades necessárias, o morro foi aos poucos sendo demolido para dar lugar ao belíssimo shopping.



Interior do Shopping
Antes dos shoppings a população baiana ficava restrita ao comércio da Rua Chile, São Bento, São Pedro, Praça da Sé, Comércio, Baixa dos Sapateiros, Calçada e Liberdade.Tudo à ceu aberto. Era o chamado shopping center à ceu aberto. Tudo era difícil; não havia sanitários e a segurança era precária. Quando chovia, praticamente o comércio parava. O faturamento caia das alturas. Na Rua Chile ficavam as melhores lojas, inclusive magazines como a famosa Duas Américas, a Sloper, a Casa Alberto, o Adamator, a grande farmácia Chile. Também existiam os cinemas que eram a grande diversão da época. Na Praça da Sé o Excelsior; na Rua Guedes de Brito, o Cinema Liceu; na Rua Ruy Barbosa o Cinema Glória e na Praça Castro Alves, o cinema Guarani, depois denominado Glauber Rocha. A Rua Chile era também o local do desfile de nossas beldades e também onde se exibiam artistas e políticos. A Assembléia Estadual funcionou por algum tempo nas proximidades da Praça da Sé e quem quisesse conhecer político era só circular pela Rua Chile. Eles ficavam parados no passeio ao lado do Palácio do Governo. Os vereadores também, desde que a Câmara Municipal era alí perto. Mas quando dava 6 horas, a rua era um deserto. Os mais retardatários ainda arriscavam um sorvete na Cubana, ao lado do Elevador Lacerda ou iam fazer compras na Confeitaria Colon que depois incendiou-se. A maioria contudo já estava nas filas dos ônibus na Praça da Sé em direção aos seus bairros. Em tempos mais passados eram usados os bondes que circulavam à partir do Largo da Sé, passava pela Rua Chile, Praça Castro Alves e seguia pela Ladeira de São Bento, São Pedro, Campo Grande, Corredor da Vitória; descia a Ladeira da Barra e ia até Rio Vermelho e depois Amaralina, ponto final. Tinha “pontos” a cada 200 a 300 metros. Após a Sé o primeiro ponto era na Praça Municipal para só ter outro na Praça Castro Alves. Na rua Chile os bondes passavam direto. O pessoal que morava na cidade baixa, descia o Elevador Lacerda de preferência; mas também tinha a opção do Plano Gonçalves. Bem frente ao Elevador Lacerda existia um abrigo que era chamado “Abrigo de Passageiros”. A esquerda ficava o antigo e original Mercado Modelo que também pegou fogo; à direita a Praça Cairu sem o estacionamento que existe hoje. Onde hoje fuciona o Mercado Modelo, funcionava a Alfândega. Aqui era o começo da linha dos bondes que seguiam pela Rua Portugal, Jequitaia,Frederico Pontes em direção à península itapagipana, passando pela Calçada, Mares, Roma e ai trifurcando pela Avenida Luiz Tarquinio em direção à Boa Viagem à esquerda; ao centro em direção ao Bonfim e à direita pelo Caminho de Areia em direção ao Papagaio, seguindo pela Visconde de Caravelas e indo até a Ribeira, onde era o ponto final dessa linha.
Também tinha um terminal de ônibus em baixo do viaduto da Sé à direita. Os veículos desciam pela chamada Ladeira do Corpo de Bombeiros, como era mais conhecida, pegava a esquerda pela Baixa dos Sapateiros e seguia em direção aos bairros do Barbalho, Lapinha e Liberdade. Subiam numa rua estreita que ainda hoje existe, em frente ao antigo cinema Jandaia. Era uma rua enladeirada e dava nas proximidades da Quintandinha do Capim, depois rua Siqueira Campos, Santo Antônio à direita e Barbalho em frente. Do Barbalho o bonde seguia em direção à Liberdade.

Santo Antônio e Barbalho também eram alcançados pelo antiquíssimo Elevador do Pilar que fica na Rua do Pilar.Caminhava-se pela Praça Marechal Deodoro em meio aos oitizeiros, subia as escadas onde é hoje a receita Federal e se estava às portas do antigo elevador. Aqui, antigamente, era o paraiso dos grandes trapiches. Vez em quando, desde que quase sempre estava quebrado, funcionava o Elevador do Taboão que ligava à Baixa dos Sapateiros ao Comércio, nas proximidades da Praça Conde dos Arcos.


Esse era o fluxo do transporte e das pessoas de antigamente até por volta de 1974, mais ou menos. Aí a Assembéia foi transferida para o Campo Grande e em seguida para a Pararela. A Rua Chile perdia uma de suas atrações! Em 1975 o Shopping Iguatemi é inaugurado onde é hoje o bairro Iguatemi nome oriundo do próprio shopping. O centro da cidade esvaziou de vez. As Lojas Duas Américas, Sloper, Alberto e posteriormente o Adamastor, fecharam as portas.Os hoteis da área se esvaziaram. Pálace, Meriodional, etc. já não eram a opção preferida dos viajantes. Estava encerrado um ciclo.


Com todo o sucesso do mundo, o Iguatemi foi o propulsor de novos empreendimentos nesse setor e em 1988, 13 anos depois, inaugurou-se o Shopping Barra. Já que estamos falando em shoppings e dada a sua importância hoje em dia, vale destacar que os shoppings centers dentro da concepção que hoje se conhece, surgiram nos Estados Unidos na década de 1950. Antes do atual estágio falava-se no “Grande Bazaar de Isfahan”, atual Irá. É uma estrutura de dez quilômetros de estensão com grande parte desse espaço coberta. Cita-se também a Inglaterra como tendo sido pioneira em grandes “estruturas cobertas”. É o caso do Oxford Covered Market (Mercado Coberto de Osford) inaugurado em 1 de novembro de 1974.

Se é assim, considerando estruturas cobertas como sendo shoppings, deveremos citar que nosso antigo Mercado Modelo teria sido o nosso primeiro shopping.


Não tem nada haver os do Irã, Oxford e o nosso querido Mercado Modelo com os magnificos shoppings de hoje, que enriquecem todas as cidades do mundo e dão às gerações que os desfrutam todo o conforto que se possa imaginar. Como curiosidade, informe-se que o maior shopping center do mundo se acha na China, em Dongguan, norte de Hong Kong. Chama-se South Chia Mall. Ele superou em área construída e número de lojas ao antigo recordista, O West Edmonton Mall da cidade de Edmonton no Canadá. O templo de consumo chinês tem mais de 1500 lojas e foi inaugurado em 1995. Emprega mais de 35.000 pessoas. Para variar, hoje, o segundo maior também está na China e chama-se Golden Resources, localizado em Beijing. Jogou o West Edmonton para terceiro.

South Chia Mall



West Edmonton Mail – Sensacional! – Parque Aquático


No Brasil, o primeiro shopping center foi o Iguatemi de São Paulo inaugurado na década de 1960. Hoje o Brasil conta com cerca de 500 shoppings contra a enormidade de 30.000 desses estabelecimentos nos Estados Unidos.


Não se poderia encerrar essa postagem, sem que nos referíssimos à diversas citações encontradas principalmente na internet, sobre o formato do Shopping Barra. Acham muitos que ele tem semelhança com a cruz suástica nazista. Pode ser! Talvez uma coincidência!


O que é lamentável é a conatação negativa que se pretende fazer com esta semelhança. E daí? A cruz suástica não foi uma invenção da Alemanha-Nazista. Ela é um símbolo místico encontrado em muitas civilizações, dos índios Hopi aos Astecas, dos Celtas aos Budistas e dos Gregos aos Hindus. Na China tem suástica. No Japão também e neste país ela representa templos e santuários. Na India é tida como “boa marca”.

A palavra "suástica" deriva do sânscrito svastika (no script Devanagari, significando um amuleto da sorte, e uma marca particular de pessoas ou coisas que trazem boa sorte.


Viu como se pode ver uma determinada coisa que parece negativa de outra maneira? Pelo lado positivo que se escondia no desconhecimento e na ignorância.


A cruz suástica de muitos povos


O Shopping Center Barra em toda a sua beleza




BARRA SEM O EDIFÍCIO OCEANIA

DE VILA PEREIRA À VILA CATHARINO
Pesquisando fotos antigas de Salvador, especialmente do bairro da Barra, encontramos a que se segue:

Ela é extraordinária! Seu autor está de parabéns. Mostra-nos a Avenida Oceânica antes da construção do Edifício Oceania, isto é, antes de 1942 quando foi inaugurado. Ela deve ser do princípio do século XX ou até um pouco antes. O terreno murado no lado esquerdo da foto é o espaço onde foi construído o grande prédio.

Vamos ver mais detalhes: tem uma pequena casa dentro dele e em torno um jardim com algumas árvores de pequeno porte. Está todo gramado.

Há de se reparar também o palacete após o terreno, pintado de uma cor escura e janelas brancas.

Passemos à avenida. Inicia-se com um obelisco e em seguida luminárias sustentadas por postes de ferro fundido. À direita o morro ainda sem o Cristo. Todo ele está virgem. Mais atrás, claro ainda não tinha nenhuma construção.
Vejamos uma foto de hoje e reativemos nossas comparações.

A mesma avenida com o Ed. Oceania no seu principio



Ed. Oceania


O Edificio Oceania foi construído pela Companhia Brasileira Imobiliária e Construções S/A, e demorou cerca de dez anos para ser concluído em função da Segunda Guerra.

Foi projetado pelo escritório Freire & Sodré, e foi o primeiro a usar concreto armado. Com a sua construção ele inaugurou um novo conceito-modelo de ocupação espacial, passando a ser considerado o maior arranha-céu da orla marítima.

Os engenheiros responsáveis foram os senhores Arézio da Fonseca, Carlos Costa Pinto de Pinho e Frederico Espinheira de Sá.



terça-feira, 18 de maio de 2010

ROÇA DA SABRINA E CALABAR

DE VILA PEREIRA À VILA CATHARINO
Mas nem tudo são flores no maior jardim da cidade, o Jardim do Chame-Chame. Ao seu lado direito, sentido Barra-Centro da Cidade, começam duas grandes favelas de Salvador: a Roça da Sabrina e o Calabar.

A origem do nome Sabrina surgiu em razão da existência no seu atual espaço de uma roça de bananas pertencente a uma senhora chamada Sabrina. Daí “Roça da Sabrina”.

Já Calabar se origina da cidade de Calabar na Nigéria, tendo sido a primeira capital daquele país.
Chame-Chame e as favelas da Sabrina e Calabar
A favelação de Salvador tomou impulso incontrolável na década de 1950. Em 1953, por exemplo, aconteceu a chamada “invasão dos alagados “ em Itapagipe com a tomada de grande parte da Enseada dos Tanheiros pelas palafitas. Esta foi no mar e os poderes públicos nada fizeram para impedi-la ou limita-la. Era como se fosse uma força irresistível.
Em terra foram se sucecendo outras onde houvesse um terreno supostamente abandonado e disponível. E também ninguém fez nada! Mas qual foi a razão dessa favelação que tomou conta da cidade, ao ponto de Salvador possuir hoje mais favela do que áreas residenciais normais, na falta de um melhor termo? Fala-se que a grande razão foi o crescimento populacional. Mas que crescimento? O ordenado ou o desordenado? O ordenado é aquele baseado na taxa de crescimento vegetativo normal da população a cada ano. Por este, Salvador não poderia ter hoje quase três milhões de habitantes, a partir de uma base de 400.000 habitantes na década de 1950. Seria um recorde de procriação!

O desordenado é aquele que soma o crescimento vegetativo normal com a emigração de gente de outras localidades. Foi o que aconteceu! Atraídos pelas “vantagens” da cidade grande, centenas de milhares de pessoas oriundas do recôncavo e de outras cidades, vieram para Salvador. Suas terras não lhes ofereciam a menor chance de progresso e até mesmo de sobrevivência, em alguns casos. Salvador era a esperança e a seguridade. E esse pessoal quando chega a um ponto de abandonar a sua terra, seus familiares, seu passado, vem com tudo, mas sem nada a oferecer de recursos tidos humanos e materiais. Vêm “sem lenço, nem documento” como diz a letra de famosa música.

O primeiro impacto com a nova realidade, após a sede e a fome, é a moradia. Aquelas eram resolvidas com a mendicância. Esta foi solucionada pelas invasões de terremos baldios e do mar, como aconteceu em Itapagipe. E os poderes públicos nada puderam fazer. Só conhecemos uma reação que se notabilizou na época quando ACM em cima de um trator derrubou uma dezena de casebres que se instalou na orla de Ondina. No mais, os poderes constituídos foram impotentes para conter a avalanche humana em busca de um lugar para morar.

Outro aspécto que se pode ainda salientar nessa “invasão” desordenada, acontecida nos meados do século passado, foi a procura por locais mais nobres, de preferência próximo ao mar. É o caso das invasões que há pouco falávamos da Roça da Sabrina e do Calabar, mas se poderia citar uma dezenas delas em outros bairros praianos, principalmente Itapoan. Ninguém tentou fazer suas casas no quilômetro 20 da Salvador-Feira onde havia terreno à bessa e ninguém sabia de quem era.
Em termos socio-econômicos as favelas são um grande problema. Não há pagamento de impostos prediais, de água e de luz, o que significa dizer que, em vez da cidade enriquecer com a imigração de tanta gente, ela emprobece per-capita.
E há uma solução para esse grande problema que atinge a nossa cidade e tantas outras do país?. Deve haver! O primeiro passo rumo a uma equação favorável é reconhecer a irreversalidade das favelas. Elas estão aí para sempre, fazendo parte do panorama das cidades brasileiras, desde que o problema não é somente nosso. No Rio e em São Paulo a situação é caótica.

Posta assim a questão da irreversalidade, cabe ao Poder Público “transformar” a favela em algo aceitável, físicamente e socialmente. Tem sido feito alguma coisa. Agora mesmo, no Rio de Janeiro, começa um plano de ocupação das favelas pelas forças policiais de cima para baixo, visando acabar com o tráfico de drogas e a criminalidade. Também estão sendo limitadas as atuais favelas dos morros cariocas com a construção de muros nos seus limites, evitando a expansão. O exemplo partiu da Colombia onde foram feitas modificações estruturais nas suas favelas com até a instalação de periféricos entre um morro e outro.

Essas transformações no país vizinho refletiu no social das comunidades de forma até surpreendente. Mais estudantes nas ruas, mais transparência, mais confiança e nesse quadro estão surgindo novas oportunidades de trabalho num novo comércio que aos poucos vai se instalando no local: são mercadinhos, clínicas, farmácias e até agencias bancárias, todas dando preferência aos moradores locais, por força de lei.
Salvador é uma cidade rodeada de um maciço rochoso que a contorna de vários lados. Ondina, Morro do Gato, do Ipiranga, Alto das Pombas, Brotas, Federação, Santo Antônio, Barbalho, Liberdade, Lobato, Plataforma, Paripe, etc., tudo enfim está no alto. A gente passa em certos lugares e vê as casinhas como que despencando pelos morros, mais parece um presépio à noite. Porquê não pintá-las? Nas Ilhas Gregas todas são caiadas de brancas e são uma atração turística. Mais o branco é muito branco já dizia o outro. Então que se pinte de diversas cores, A Prefeitura daria o passo inicial e quem viesse a construir novos barracos, teria que pintá-los ou de branco caiado ou com alguma cor, menos deixar em tijolo exposto, o que é um descaso. O cara constrói um quase prédio de três andares com laje e tudo e não tem dinheiro para rebocar e pintar a parte externa? É inacentável!

Como ficaria a Roça da Sabrina
Mas isto é mascarar uma realidade! Sem dúvida que, isolamente, o é. Foi feito na encosta do Unhão, junto ao museu que alí existe. Os casebres foram todos pintados e melhorada a sua estrutura. Ficou lindo o conjunto! Junto a esse caiamento geral ou pintura, seriam feitas obras de sustentação de encostas, asfaltamento, postos médicos, postos policiais bem lá em cima com vistas a dominar a situação de todo o morro como está se fazendo no Rio e se fez na Colombia.
. É duro lutar de baixo para cima como se está vendo nas favelas cariocas. Os bandidos em situação privilegiada são uma força quase imbatível, em razão de sua situção estratégica Os pobres dos policiais cariocas já devem estar sofrente de torcicolo e não tem como vencê-los desse jeito. A posição de combate bandido-policial carioca precisa ser invertida.

Finalizando, a título de curiosidade e até de espanto, a primeira favela brasileira nasceu há mais de 100 anos com o aparecimento do Morro da Favela no Rio de Janeiro. No local se instalaram casas provisórias que foram entregues aos soldados que regressaram ao Rio após a Guerra dos Canundos em 1897.

Praticamente, foi um começo oficial, isto é, iniciativa do próprio governo. O povo deu a devida sequência.


segunda-feira, 17 de maio de 2010

CHAME-CHAME

DE VILA PEREIRA À VILA CATHARINO
As naus que chegavam a Salvador antes mesmo de Tomé de Souza, aportavam na antiga Vila Pereira, hoje Porto da Barra. Nesse local desembarcavam mercadorias e gente vindas de Portugal, França e Inglaterra. Também recebiam nesse mesmo local víveres, principalmente água, para poder continuar viagem, seja em retorno às terras de origem, como em direção às Indias, prosseguindo viagem.

O apoio logístico, se é que podemos dizer assim ao se falar daqueles tempos, era dado pelos índios comandados por Diogo Álvares Correia, o Caramuru, estrategicamente sediados nos recantos do alto da Graça e Vitória.

E o porquê da localização estratégica? Pura e simplesmente porque a Vila da Graça que hoje chamamos de Vila Catharino, localizava-se justamente entre o “Porto” e a Cidade de Salvador que se construia ao nordeste.

Não existia outro ponto que as naus pudessem chegar.

Pois bem! As mercadorias e os víveres dados e recebidos, caminhavam possivelmente pelas trilhas onde está hoje a Av. Princesa Izabel, menos íngreme e que dava justamente na Vila da Graça.

Nas proximidades, um pouco mais ao sul, estava o hoje Vale do Chame-Chame com rio e tudo, onde, certamente, os índios pescavam e tinham a água necessária para si e quem mais quisesse, no caso específico, o pessoal das naus européias.

Rio do Vale do Chame-Chame
No alto, quase ao centro, o Alto da Graça, a Vila Catharino.

Claro que a foto não é daquele tempo, mas se pode formar uma idéia de como era a coisa, o espaço na área, o acesso, as proximidades, de onde para onde, a importância de um rio nesse local, etc. etc.

Visto isto, caminhando no tempo, chegamos ao Chame –Chame dos tempos atuais. Não ainda o Chame-Chame de hoje, talvez o maior jardim da Salvador moderna, mas já um chame bem arborizado por volta de 2006/2007.






E até pintado por Henrique Passos


O antigo rio – Virou um canal

A Bacia Hidrográfica que atinge toda a Centenário chama-se Bacia do Lucaia.

O Rio Lucaia é um braço do Rio Camurujepe a partir do Iguatemi. Recebe água de corregos de Brotas e vai desaguar no Largo da Mariquita no Rio Vermelho. Já o Rio Camurigipe do qual resulta o Lucaia, nasce na Boa Vista de São Caetano e chega a ter 20 metros de largura próximo ao Iguatemi.

Rio Camurugipe


Bacia Hidográfica de Salvador

A Bacia Hidrográfica que atinge toda a Centenário chama-se Bacia do Lucaia.

Hoje a Centenário se transformou num belíssimo jardim. O prefeito João Henrique fez uma obra extraordinária. Nós que moramos em frente a esta avenida, sabemos muito bem de seus problemas, principalmente nos dias de chuva. Se já era bela e as fotos comprovam isto, tornou-se ainda mais formosa. Obra igual a esta só vimos ser executada no Aterro do Flamengo no Rio de Janeiro. Não era nada e hoje é o maior jardim do mundo. A nova Avenida Centenário é o maior jardim de Salvador!

Não se trata aqui de propaganda política de quem quer que seja. Apenas registramos uma verdade. Os interesses políticos escondem ou procuram desmerecer obras como esta. É o mesmo caso do Baia Azul ou Bahia Azul. Livrou a Cidade Baixa e Alta de seus milhares de esgotos em suas praias. Pouco gente se refere a isto. Mas são obras estruturais de extrema importância para a cidade.


A NOVA CENTENÁRIO
Desfilamos a seguir uma série de fotos que nem a de cima, mostrando como ficou o Chame-Chame - Avenida Centenário:

















UM GRANDE BAIRRO