segunda-feira, 10 de maio de 2010

NOSSA SENHORA DA GRAÇA OU DAS GRAÇAS

DE VILA PEREIRA À VILA CATHARINO
Nossa Senhora da Graça
Certo dia Caramuru soube que um índio havia encontrado numa praia uma imagem de madeira de Nossa Senhora da Graça de Portugal, juntamente com outros materais de seu naufrágio. Levou-a até Catarina que achou que aquela santa se parecia com a mulher que vira em seu sonho e lhe pedira um abrigo. Foi imediatamente satisfeita por Caramuru que inicou a construção de uma pequena igreja, célula mater da hoje excepecional Igreja da Graça.

Mas há quem diga que não! O historiador Frederico Edelweiss, afirma que a primeira igreja de Salvador e, consequentemente do Brasil, teria sido iniciada na Conceição da Praia. Não se sustenta! Àquele tempo, essa área nem era explorada. Vivia repleta de índios. Mesmo as ligações com o mar dos primeiros habitantes da nova cidade que veio a se instalar em cima, muito depois de Carumuru, eram feitas pelo Porto da Barra, reduto do próprio Caramuru.

O difícil hoje em dia é saber qual das Nossas Senhoras da Graça foi dar nas praias da Bahia e chegar nas mãos de Caramuru e coincidir com os sonhos de Catarina. Por exemplo, só em Portugual existem quatro Nossas Senhoras da Graça: Nossa Senhora da Graça de Nisa; Nossa Senhora da Graça de Póvoa e Meadas; Nossa Senhora da Graça de Divor em Évora e Nossa Senhora da Graça dos Degolados em Campo Maior.
Ainda há uma quinta, esta de Cabo Verde – Nossa Senhora da Graça da Praia.

Vendo a existência dessa última, será que nosso amigo historiador Frederico não trocou as bolas, quando soube da existência dessa última que é da Praia que nem Nossa Senhora da Conceição da Praia? Tem algum indício!

Sem querer complicar, ainda podemos nos referir à Nossa Senhora das Graças das aparições à Santa Catharina Labouré na França e ao citar esse fato, não nos esqueçamos de dois detalhes importantes nessa história: primeiro, Caramuru tinha muita proximidade com os franceses, e não se pode esquecer que ele naufragou de uma nau francesa. Segundo, as aparições que são atribuídas à Catarina Labouré, coincidentemente ou não, tem o mesmo prenome de nossa princesa indígina. Fato ou não, conheçamos um pouco mais dessa história iniciando com parte do relato da visão de Santa Catarina de Labouré, então uma serva da Capela das Irmãs Filhas da Caridade de São Vicente de Paula na França:

“A Virgem Santíssima baixou para mim os olhos e me disse no íntimo do meu coração: “Este globo que vês representa o mundo inteiro (...) e cada pessoa em particular... Depois formou-se em volta da Santíssima Virgem um quadro oval que se transformou numa moeda... Ouvi uma voz que dizia: “faça cunhar uma medalha por este modelo e todas as pessoas que a trouxerem no pescoço receberão muitas graças...”

A oração à Nossa Senhora das Graças é belíssima e não custa reproduzi-la na íntegra:

Imaculada Virgem Mãe de Deus e nossa Mãe, ao contemplar-vos de braços abertos derramando graças sobre os que vo-las pedem, cheios de confiança na vossa poderosa intercessão, inúmeras vezes manifestada pela Medalha Milagrosa, embora reconhecendo a nossa indignidade por causa de nossas inúmeras culpas, acercamo-nos de vossos pés para vos expor, durante esta oração, as nossas mais prementes necessidades. (momento de silêncio e de pedir a graça desejada). Concedei, pois, ó Virgem da Medalha Milagrosa, este favor que confiantes vos solicitamos, para maior Glória de Deus, engrandecimento do vosso nome, e o bem de nossas almas. E para melhor servirmos ao vosso Divino Filho, inspirai-nos profundo ódio ao pecado e dai-nos coragem de nos afirmar sempre como“A Virgem Santíssima baixou para mim os olhos e me disse no íntimo do meu coração: “Este globo que vês representa o mundo inteiro (...) e cada pessoa em particular... Depois formou-se em volta da Santíssima Virgem um quadro oval que se transformou numa moeda... Ouvi uma voz que dizia: “faça cunhar uma medalha por este modelo e todas as pessoas que a trouxerem no pescoço receberão muitas graças...”



Diogo Álvares Correira nasceu em abril de 1487 em Viana do Castelo, em Portugal. Morreu em 5 de outubro de 1557 aos 70 anos, tendo sido enterrado na Igreja (Mosteiro) de Jesus, dos Jesuítas.

Já Catarina teria nascido em 1495 e morreu em 26 de janeiro de 1589. Viveu muito. Foram 94 anos de existência. Está sepultada na Igreja N.S. das Graças, em Salvador.

O casal teve 5 filhas: Madalena, Filipa, Ana, Apolonia e Gracia.

Fora do casamento, Caramuru teve vários filhos bastardos. O homem não era fácil! Fala-se que sua prole somava mais de 30 filhos!

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