terça-feira, 4 de maio de 2010

CORREDOR DA VITÓRIA - 2

DE VILA PEREIRA Á VILA CATHARINO
As mansões que vimos na postagem anterior (1), verdadeiros palacetes, bem ao estilo europeu, formavam uma rua das mais belas do mundo, não temos receio em assim afirmar. A foto adiante mostra todo seu charme.
Corredor da Vitória (1930/1940)
Hoje só se encontra coisa parecida em algumas ruas de Londres e Paris, mesmo assim sem a extensão de luxo e beleza então existente no antigo Corredor da Vitória.

Há se reparar ainda a arborização e os passeios desenhados em pedra portuguesa. Ao centro, luminárias trabalhadas em ferro fundido. Eram mais de 200 postes nos 1200 metros aproximados da bela avenida.

E ai, por volta das décadas de 1940/50, a cidade de Salvador é tomada por uma febre de construções de edifícios. O Corredor da Vitória é um dos principais alvos. Há uma grande razão. Enquanto a Avenida 7 de setembro no trecho que vai até proximidades do Campo Grande, era tomada por casas comerciais, o Corredor da Vitória se mantinha intacto. O Campo Grande era a primeira barreira; a segunda, era o grande valor dos imóveis do Corredor. Não eram casas comuns. Custavam caras! Não fosse isto, e a febre comercial que tomou conta de toda a Avenida 7, avançaria também pelo Corredor. Prova disto, foi a tomada de grandes espaços na Graça para o comércio de todos os tipos. E ela está ali de junto. Tem começo na confluência entre a Ladeira da Barra e o Largo da Vitória. Porquê? O valor mais em conta dos imóveis ali existentes. Enquanto o metro quadrado do Corredor chegava à altura dos sete a oito mil reais, na Graça não alcançava cinco. (Valores corrigidos de hoje).

Mas, se o comércio não tinha a força financeira para dominar os espaços da Vitória, o setor imobiliário reunia condições para adquirir as vitoriosas mansões do Corredor da Vitória. Foi o que fizeram!
E, uma a uma, as grandes mansões, as vitoriosas mansões, foram sendo demolidas para dar lugar aos “arranha-céus” que hoje caracteriza o local. Primeiramente, edifícios de 10 a 20 andares – agora espigões de 40 ou mais, debruçados sobre o mar e chegando até ele pelos piers de atracação. Espetaculares na sua magnitude, mas não tão belos quanto às nossas vitoriosas mansões do principio do século passado.


As marcações em preto, mostram o avanço do setor comercial (toda Avenida 7 e quase toda a Graça) e a marcação em vermelho, o avanço do setor imobiliário na Vitória. Não há registro de avanços comerciais nessa área.

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