sexta-feira, 14 de maio de 2010

CLUBE BAIANO DE TÊNIS

DE VILA PEREIRA À VILA CATHARINO

Em frente ao Hospital Português acha-se ou achava-se o Clube Baiano de Tênis. É que a sua sede localizada na esquina da Rua Leopoldina com a Rua Princesa Izabel foi demolida e no local se construiu uma das lojas da Perini. Agora, o clube restringe suas atividades apenas na baixada da Barra Avenida.


Campo de futebol com grama sintética

Uma boa estrutura

O Clube Baiano de Tênis foi um dos maiores clubes sociais de Salvador. Praticamente, toda a sociedade era sócia do mesmo. Famosos eram seus “réveillons” e as "Segundas Feiras" do Carnaval. Foi o apogeu! Era o sustentáculo financeiro do clube, desde que seus sócios mantinham a mensalidade para poder participar das duas festas. Enquanto isto, o carnaval de rua foi crescendo, os hotéis foram surgindo e cada um com seu próprio réveillon e gritos e feijoadas de carnaval. As grandes residências também passaram a dar suas festas particulares. Desenvolvia-se o Litoral Norte com seus grandes condomínios e resorts e as festas do Baiano foram ficando para trás. Passou a não justificar o pagamento das mensalidades.

Há quem diga que os clubes “abusaram” muitos dos chamados sócios beneméritos, mediante venda de ações para execução de obras de melhoramento. Esses sócios deixaram de pagar e eram justamente os mais assíduos ao clube. Foram beneméritos naquele momento. Depois, tornaram-se um peso para o clube. Verdade que não é bem assim. Na hora da necessidade, eles foram procurados! E ai aconteceu a debandada geral dos que “pensavam” no réveillon e Carnaval e contribuíam mensalmente. Surgiram novas e atraentes opções.

Muitos acham que, quando isso passou a ocorrer, os dirigentes desses clubes deveriam ter vendido suas sedes, todas em áreas privilegiadíssimas e criado novos espaços com novas atrações e novas fontes de rendas. Mais ou menos, o que está fazendo hoje o próprio Baiano de Tênis. Como fez a Associação Atlética da Bahia e estará fazendo o Centro Espanhol. O exemplo estava ali ao lado. As grandes mansões estavam sendo vendidas na Princesa Leopoldina, na Rua da Graça e no Corredor da Vitória. Não seria o Baiano que haveria de resistir, como não resistiu, e a demora o fez passar por grandes dificuldades financeiras, até que a Perini entrou firme com uma proposta irrecusável diante da situação do clube. Ocupou 4.300 m2, mas ainda assim resta quase a mesma metragem ou mais na baixada da Barra Avenida ou Baixada da Graça, segundo outros. Nesse espaço, dizem, vai subir uma torre de 52 andares e o clube irá ficar com as lojas que estão projetadas na parte mais baixa do espigão.

Portanto, fica claro que o clube não acabou. Ele continua muito bonito no vale da Rua 8 de dezembro com uma excelente estrutura, ginásio coberto, piscina, campo de futebol com grama sintética, muitas quadras de tênis, sala de musculação, secretaria, bares, etc.. É preciso fazer mais coisas e certamente, com os rendimentos já auferidos com o arrendamento da Perini e o aluguel das lojas que virão em determinado tempo, haverão de surgir novos e melhores equipamentos de um clube sócio-esportivo. Festa, nem pensar. Já não lhe pertence! Uma nova piscina, isto pode!

Além do social, o Baiano era uma potência esportiva. Foi bi-campeão baiano de futebol entre 1927 e 1928. Quando o departamento de futebol do clube terminou, seus jogadores e dirigentes, juntos com os da Associação Atlética da Bahia, fundaram o Esporte Clube Bahia em 1931. No basquete foi campeão dezenas de vezes. Formou grandes atletas dessa modalidade, inclusive exportando para o sul do País. No vôlei também se constituía numa força, tanto no masculino como no feminino. No tênis, foi um celeiro de grandes tenistas. Participou também de campeonatos de tênis de mesa e futebol de salão. Era um clube eclético! Merece sobreviver!

Nenhum comentário:

Postar um comentário