segunda-feira, 24 de maio de 2010

BAIXA BARRA

DE VILA PEREIRA À VILA CATAHARINO

O Jardim Brasil, a exceção de suas ruas internas com nomes de algumas capitais brasileiras, daí o seu nome, tornou-se uma babel a partir das primeiras horas da noite. São dezenas de casas noturnas, entre bares e boates de todos os gêneros. Já está sendo conhecida como a “Baixa Barra”.

Na pequena praça está localizada uma igreja, Jesus Maria José, este é o detalhe. Em torno dela está a festança que se prolonga até a madrugada.

Igreja Jesus Maria José

Não era assim há poucos anos atrás. Tinha uma sorveteria e uma padaria num dos seus lados (Rua Belo Horizonte), duas empresas de informática e uma banca de frutas, numa das esquinas do largo.



A tradicional banca de frutas

Apesar de terem chegado primeiro, dava a impressão que esses estabelecimentos eram verdadeiros intrusos neste mundo boêmio. Em verdade, sentia-se um disparate. E como acontece em situações tais, até que ponto essas casas resistiriam ao assédio que devia estar ocorrendo de cessão dos seus espaços para novas casas de diversão? O tal do poder econômico, a que poucos resistem.

Quem seria o primeiro a ceder? Cedeu uma das casas de informática, justamente, a maior delas. Já estão reformando-a para surgir no local um restaurante ou um grande bar com boate inclusa. O espaço é enorme!



A grande casa de informática já com tapumes verdes protegendo sua reforma

O segundo a ceder e foi uma pena, foi a barraca de frutas, desde que dava ao local um toque bem provinciano. Ficava ao lado de uma boate. Seu proprietário resistiu muito, mas agora efetivamente já fechou as suas portas. A banana maçã que só ele vendia, não pode ser mais comprada por inúmeros fregueses.


Não resistiu! Infelizmente, fechou.


Vai faltar banana maçã

Mas tem ainda uma “resistência”, a última delas e o caso é deveras singular. Trata-se da segunda casa de informática. Tem apenas uma porta.

Para entendermos bem o que está acontecendo, há um pequeno histórico. A tal casa de informática fica localizada entre uma antiga farmácia à sua direita e o ex-famoso-Bar do Chico onde era servido o melhor caldo de polvo de Salvador, à esquerda.


A foto acima mostra à esquerda o novo bar com uma proteção de plástico. Ao centro a casa de informática - Info-zap - e as duas portas brancas são da antiga farmácia. À sua frente a armação em bambu definindo o espaço. Ele é interrompido em frente à casa de informática. Mais ao fundo, um dos melhores bares da região - Nova Schina. O imóvel que ocupa, estilo mexicano, era a antiga mansão dos Liberato de Matos.

Ao redor do Bar do Chico, inclusive o que se vê na foto acima, foram abertos diversos bares com excepcionais estruturas. A concorrência ficou braba. Ou vendia o ponto ou falia, é a conclusão a que se pode chegar, bem como, talvez, não teria resistido a uma proposta absolutamente irrecusável, em termos econômicos.

E quem comprou o Chico, pelo amor de Deus? Possivelmente o proprietário da farmácia ou alguém mais forte teria comprado tanto o espaço da farmácia e o Bar do Chico. Uma coisa ou outra!

A pequena casa de informática ficou no meio da coisa comprada. Certamente, devia haver a esperança de que seu proprietário não resistiria a pressão que se faria, primeiramente espacial, física, e em seguida, financeira e o ex-bar do Chico transformar-se-ia num grande estabelecimento, incluindo o espaço dele próprio, da casa de informática e da farmácia. Algo extraordinário!

Mas o proprietário da pequena casa de informática resistiu às ofertas e se manteve no local!

Resultado: veio a inauguração do novo bar. O espaço onde era o Chico foi todo reformado. E o que fazer com o espaço da casa de informática? Respeitá-lo. Depois dele o jeito foi colocar umas armações em bambu em frente às portas da ex-farmácia e colocar as mesas dentro desse espaço.

Para variar, o proprietário da pequena casa de informática tem um carro, naturalmente. Até boa hora da noite, quando esquenta o movimento, o veículo permanece no local. Causa uma divisão e tanto, digamos, quase um vazio.

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