sábado, 15 de maio de 2010

ASSOCIAÇÃO ATLÉTICA DA BAHIA

DE VILA PEREIRA À VILA CATHARINO
Dizíamos na postagem anterior que enquanto a Associação Atlética Banco do Brasil vendeu sua sede ao então Paes Mendonça S/A, capitalizando-se e fazendo um novo clube lá para os lados da orla, a Associação Atlética da Bahia procurou se manter na Rua Barão de Itapoã, apesar de não mais contar com o pagamento de milhares de associados que deixaram de freqüentar o clube pelas razões que se conhece, ou seja, novas opções de lazer, bem como daqueles outros que só mantinham o pagamento em dia, por causa das festas do antigo Carnaval de Clubes.

A antiga sede
Como conseqüência dessa insistência, a mesma exercida pelo Centro Espanhol e Clube Português, o clube foi acumulando uma dívida impagável em todas as estâncias.
Não deu outra. Teve que ser “vendido” a uma incorporadora – ARC Engenharia – que está fazendo no local um novo clube.

Na fase de construção

A nova sede

É inegável a diferença arquitetônica, mas (tem sempre um porem): será que todo aquele patrimônio constituído pela própria sede e dependências secundárias, quatro piscinas, uma delas olímpica, campo de futebol, quadra coberta para jogos de salão, não sei quantas quadras de tênis, será ou estará bem substituído?


Nova piscina de 25 metros



Quadra de tênis coberta

Esta é a pergunta que a maioria dos associados está se fazendo ou fazendo outras ou emitindo opiniões sempre ligadas ao mesmo assunto. Vejamos algumas delas:

"Queremos que as áreas de esporte sejam mantidas”.

“Não queremos nenhuma obra faraônica que não esteja de acordo com a história e a característica da A.A.B”.

“Será que a definição sobre a nova AAB deve ficar nas mãos de um pequeno grupo?”

“Qual o motivo em definir o novo espaço sem a participação dos sócios?”

“Temo que a AAB se transforme num grande shopping”.

“A história da nossa A.A.B é toda ligada ao esporte. Não consigo imaginar esse espaço cheio de cinemas, restaurantes e lojas de roupas e sapatos. O Clube tem que cultivar suas áreas esportivas e, pelo visto, o novo projeto coloca tudo isto em segundo plano”.

“Aonde vou jogar meu futebol de fim de semana?”

(Todas captadas na internet)

Na internet também o presidente do clube enfatiza:

"Tentamos buscar outras soluções em reuniões feitas com os sócios durante um ano, mas não achamos nenhuma outra opção. A venda foi decidida pela maioria, em assembléia geral, onde estiveram presentes os sócios, membros da diretoria e do conselho”, assinalou o presidente. Segundo ele, o espaço vendido já não estava sendo utilizado pelos sócios e funcionava como estacionamento. Não entendo o porquê desses questionamentos, afinal muitos sócios sequer aparecem no clube”, declarou.

Brito afirmou que a AAB tem apenas 160 sócios pagantes e recolhe por mês o equivalente a R$12 mil. Ainda segundo o presidente, 3.728 são associados remidos, que ajudaram a construir o clube, mas não contribuem com a mensalidade mensal. “O nosso quadro social pagante não consegue manter o clube. De que adianta termos uma enorme estrutura sem qualidade para oferecer ao nosso público?”, questionou o presidente, afirmando que o novo projeto é mais moderno e capaz de manter viva a Associação Atlética da Bahia. (CA).

Outra questão que se levanta é a eliminação de milhares de sócios que não pagaram suas “mensalidades” há mais de um ano. Alegam os mesmos que, estando o clube fechado, não poderia o mesmo cobrar mensalidade, desde que não havia o uso. Nesse sentido, sabe-se que inúmeras ações estão sendo impetradas na justiça.
Mas, mesmo quando o clube tinha condições de ser "usado", esses mesmo sócios não pagavam e uma questão se levanta de relação aos chamados "sócios remidos". O estatuto do clube diz, claramente, que todos eles tinham que pagar uma taxa mensal de contribuição e, no entretanto, convencionou-se que, mediante a posse do título, ninguém mais pagaria um centavo.
É aquela velha história que se repete. Precisando vender de qualquer forma, omitiu-se uma obrigação estatutária que comprometeria o clube pelos próximos anos. Três ou quatro mil pessoas frequentando o clube e ninguém pagando mais nada. Não tem quem suporte. Foi o que aconteceu. Veio a debacle total!
Consultando outros associados, alguns acham que não teve outro jeito. Contribuiu para esta decisão a nova lei de responsabilidade fiscal, que responsabiliza diretamente a pessoa do presidente do clube inclusive seus bens, no caso de uma bancarrota. Quem haveria de bancar esta responsabilidade?"
Talvez sabedor dessa nova responsabilidade, o Presidente não têve outro jeito e partiu para vender o clube. A questão era: ou vendia ou perdia. Devia milhões à Prefeitura. Essa mesma Prefeitura já estava tomando a séde do Clube Português. O próximo seria a Associação.
Há, entretanto, quem opine que, esta responsabilidade poderia ser resolvida com a simples renúncia do presidente. Saía de baixo, como se diz popularmente. Mas não o fez. Preferiu permanecer no cargo e assumir a decisão histórica de quebrar toda uma tradição de mais de 100 anos. Realmente, um homem de coragem e sério, há de se reconhecer.
Talvez tenha pecado em não ter formado uma comissão de avaliação, constituida por sócios engenheiros, advogados, auditores, e quem mais fosse necessário.
Esta comissão avaliaria todos os detalhes da compra e venda, seus aspéctos materiais e jurídicos, e daria seu parecer. Seria uma decisão mais pensada, diferentemente daquela tomada com base em uma simples dissertação feita em momento de aflição onde as mentes estavam acuadas.
Ao que fomos informados, nem maquete do projeto foi apresentada na reunião da Assembléia Geral, como é de praxe proceder-se em momentos tais.

Na falta dessas providências, em verdade, ninguém sabe realmente como vai ficar a situação dos antigos sócios, tanto aqueles que continuaram pagando, quanto os que deixaram de pagar ou mesmo daqueles que se convenciou que não pagariam nunca mais. Coisa boa não será! Nem para os sócios, nem para os novos moradores. Se for verdadeiro que os sócios “terão direito” a freqüentar as dependências do grande condomínio e se misturar com os proprietários dos apartamentos, alguém vai se constranger. São dois grupos com fins cultarais-socio-econômicos diferentes, absolutamente díspares. Não deve dar certo! Os moradores terão seu instrumento de convenção do condomínio homologado em assembléia do mesmo. E os associados da ex-Associação Atlética da Bahia, os sócios remidos de quem tanto reclamam por que não pagam, mas já pagaram alto numa determinada época, por onde se orientarão se o estatuto do clube estaria obsoleto? Ou não? Dizem que está tudo valendo. É difícil acreditar! A verdade é que existe toda uma nova situação em qualquer aspecto considerado. E a nova Assembléia Geral que deve ser constituída? A maioria poderá ser de condôminos. Como eles agirão? Percebe-se desde já a situação.

Para finalizar esse assunto que não nos convence em qualquer das vertentes, mandamos um recado para o nosso amigo (ex) associado que ficou sem o seu campinho para as peladas de sábados e domingos: esqueça! Isso não lhe pertence mais!

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