sexta-feira, 14 de maio de 2010

DE VILA PEREIRA À VILA CATHARINO

CAMINHOS DA ANTIGA VILA VELHA - HOJE AV. PRINCESA IZABEL

Caminhos da Vila Velha

Por todo o tempo das postagens desse blog, logo após o título principal, inserimos a frase “DE VILA PEREIRA Á VILA CATHARINO”. Há uma explicação na primeira postagem sobre a razão da mesma. Dizíamos, na oportunidade, que, tínhamos resolvido denominar esse trabalho de “Circuito Barra – De Vila Pereira a Vila Catharino” numa alusão ao início de Salvador na Barra até Vila Catharino no presente e na Graça, lembrando o passado.

Talvez não tenha ficado bem clara a referida alusão. É o que nos pareceu posteriormente. Gostaríamos de esclarecer que Vila Pereira foi a primeira vila que se construiu em Salvador. Tem esse nome em alusão ao primeiro donatário da Capitania da Bahia, Francisco Pereira Coutinho.

Era uma enseada com condições naturais para a aproximação de embarcações. Nela desembarcou o próprio Francisco Pereira Coutinho em 1535 e o fundador de Salvador, Tomé de Souza em 1549. Anteriormente, todas as naus que faziam comércio com os nativos comandados por Diogo Álvares, o Caramuru, ali aportavam.

E por onde alcançavam a cidade situada ao nordeste? Pelo chamado Caminho da Vila Velha.
Atual Ladeira da Barra? Nem pensar. Tinha um paredão à frente. Por outro lado, era muito íngreme.

Então, por onde? Certamente pela hoje Av. Princesa Izabel que dava na Graça, na posterior Villa Catharino, reduto familiar de Caramuru. Daí seguia pelo hoje Corredor da Vitória, Campo Grande, Rosário, até alcançar as Portas de Santa Catarina – atual Praça Castro Alves.

Pois bem, esse trabalho está alcançando justamente a Avenida Princesa Izabel, lá em cima, esquina com Rua Princesa Leopoldina. É uma rua de descida, justamente em direção a então Vila Pereira, hoje, o nosso famoso Porto da Barra.

Há de se reparar na Avenida Princesa Izabel a inexistência de grandes residências ou reminiscências, como se viu na Rua da Graça e na Avenida Princesa Leopoldina. O progresso da cidade se deu no sentido inverso. Inicialmente para os lados do Carmo, Santo Antônio, Lapinha. Muito posteriormente, abriram-se as Portas de Santa Catarina e lentamente a cidade foi chegando para os lados da Graça, caminhando pelas vias tortuosas da hoje Av. 7 de setembro, aberta por J.J. Seabra, alcançando o Corredor da Vitória, Canela e finalmente a nossa Graça.

Aqui, na hoje Princesa Izabel permanecia vegetação original da terra, o mato por onde se caminhava em trilhas que só Caramuru e seus indígenas conheciam, por interesses estratégicos dos mais importantes. Nas proximidades, o hoje Morro dos Clementes que devia se estender por toda essa região, colaborava para tornar ainda mais escondidos os caminhos misteriosos de Caramuru.

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