DE VILA PEREIRA À VILA CATHARINO
Vindo da Vitória, o grande acesso ao Bairro da Graça dá-se pela rua do mesmo nome e a cerca de 100 metros à direita, vamos encontrar a excepcional mansão Bernardo Martins Catharino, felizmente preservada.
O palacete foi construído entre 1904 e 1905 e seu projeto é de autoria do arquiteto italiano Batista Rossi. “Ele se insurge contra o neo-clássico e investe na liberdade decorativa do Ecletismo, a melhor resposta ao individualismo burguês”. São essas as palavras que se encontram registradas em um dos painéis de informação ao público. Em outro trecho desse mesmo painel, encontramos: “No espaço urbano que se busca construir, a arquitetura da casa tem o papel de demonstrar os recursos e o prestígio de um membro da elite e seus pares e às classes inferiores na disputa do poder”.
(À título de curiosidade, registremos alguns números da grande mansão: o terreno tem 4.850m2; a área construída 3.055m2; foram pintados 522m2 de forro e foram usadas 65 folhas de ouro de 23 quilates) .
Essa era a mentalidade de uma época. A coisa era feita para impressionar mesmo e a divisão de classes está absolutamente identificada sem nenhum pejo. Poder-se-ia poupar certas citações, absolutamente fora de propósito, a não ser que, a intenção tenha sido realmente esta, ou seja, desenhar com todas as cores, as diferenças sociais então existentes. Poder-se-ia também ter sido explicado que o padrão das grandes residências acompanhava o esplendor que a cidade tinha. Salvador era como que uma capital européia ou procurava sê-lo. Os dirigentes eram europeus, a cidade tinha o padrão de uma grande metrópole.
Uma Salvador intensamente feérica!
Jardins monumentais!
Fino acabamento.
Jardins monumentais!
Fino acabamento.
Interiores luxuosos
Escadaria de jacarandá
Também tinha elevador.
Era português de nascimento ocorrido em 1862 num povoado chamado Santo André de Poiares nas proximidades da cidade de Coimbra. Chegou ao Brasil em 1875; tinha somente 13 anos e veio para trabalhar na empresa de um patrício, Joaquim José da Costa. Depois de algum tempo tornou-se gerente da mesma e aos 21 anos casou-se com a filha do patrão, D. Úrsula da Costa, tornando-se sócio da firma. Mudou-se para Salvador e já com recursos do casal reergueu diversas firmas falidas inclusive a União Fabril que passou a se chamar Companhia Progresso União Fabril que se tornou uma das maiores empresa do ramo no país com cinco fábricas e três mil operários. Era bastante preocupado com o social. Construiu escolas e moradias para seus operários e presenteava-os com um salário nos seus aniversários. Foi comendador, desde que recebeu do Imperador o título de Comendador da ordem da Rosa, pelo conjunto de sua ação empresarial e benemérita. Foi ele quem ofertou os altares-mor da Catedral Basílica e da Igreja do Senhor do Bonfim. Faleceu em 1944 com 82 anos.
Nunca esqueceu suas origens. Junto à uma chávena de ouro que tinha em casa, costumava manter a tigela de barro trazida de casa e onde comera no navio que o trazia para o Brasil. Aos mais curiosos explicava: “é para eu não esquecer o que fui”.
Isto é o que deveria ter sido escrito lá no painel do museu, em letras garrafais!
Escadaria de jacarandá
Também tinha elevador.
(De bem com a vida e com sua consciência) é o que expressa o seu olhar)
Era português de nascimento ocorrido em 1862 num povoado chamado Santo André de Poiares nas proximidades da cidade de Coimbra. Chegou ao Brasil em 1875; tinha somente 13 anos e veio para trabalhar na empresa de um patrício, Joaquim José da Costa. Depois de algum tempo tornou-se gerente da mesma e aos 21 anos casou-se com a filha do patrão, D. Úrsula da Costa, tornando-se sócio da firma. Mudou-se para Salvador e já com recursos do casal reergueu diversas firmas falidas inclusive a União Fabril que passou a se chamar Companhia Progresso União Fabril que se tornou uma das maiores empresa do ramo no país com cinco fábricas e três mil operários. Era bastante preocupado com o social. Construiu escolas e moradias para seus operários e presenteava-os com um salário nos seus aniversários. Foi comendador, desde que recebeu do Imperador o título de Comendador da ordem da Rosa, pelo conjunto de sua ação empresarial e benemérita. Foi ele quem ofertou os altares-mor da Catedral Basílica e da Igreja do Senhor do Bonfim. Faleceu em 1944 com 82 anos.
Nunca esqueceu suas origens. Junto à uma chávena de ouro que tinha em casa, costumava manter a tigela de barro trazida de casa e onde comera no navio que o trazia para o Brasil. Aos mais curiosos explicava: “é para eu não esquecer o que fui”.
Isto é o que deveria ter sido escrito lá no painel do museu, em letras garrafais!
Meu pai, Alfredo Moreira Basañez, filho do Cônsul do Uruguai, Antonino Basañez Avalos de la Fuente, era afilhado do comendador e seus pais cultivam uma grande amizade e admiraação imensurável pelo mesmo.
ResponderExcluir