Mansão destruida
Parece que os autores do feito, herdeiros e construtores, alegaram que a igreja ainda não tinha o tombamento definitivo, contudo a lei é bastante clara a esse respeito quando, através do Dec. Lei 25 de 30/11/1937 determina que “para todos os efeitos, salvo a disposição do art. 13 desta lei, o tombamento provisório equiparará ao definitivo e, em sendo assim “não se poderá, na vizinhança da coisa tombada, fazer construção que lhe impeça a visibilidade nem colocar anúncios ou cartazes...)
E será que o prédio que sería ou será construído impediria a visibilidade da igreja? Para responder é bastante ver a foto seguinte do entorno e, sem dúvida, a resposta é positiva.
A igreja é o imóvel com amplo telhado. A mansão são as edificações no seu fundo, à esquerda, em meio a uma área verde. Imaginem o que seria um espigão logo aí. Além do mais, iria prejudicar toda a área verde do local.
A Bahia está na expectativa. O Iphan já mandou os responsáveis pela destruição da mansão recuperá-la, na extensão demolida.
Eis a decisão: Vem o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – Iphan, ADVERTIR V. SA. QUE ANTES DA ANÁLISE DO PROJETO DE DEMOLIÇÃO E DE CONSTRUÇÃO NO IMÓVEL LOCALIZADO NA RUA RODRIGUES LIMA, Nº 04, SALVADOR—BA, E EXPRESSA AUTORIZAÇÃO DA AUTARQUIA BASEADO EM PARECER TÉCNICO, NENHUMA OBRA DE DEMOLIÇÃO, ALTERAÇÃO OU CONSTRUÇÃO ESTÁ PERMITIDA OU PODE SER REALIZADA, SOB PENA DE INFRINGÊNCIA AOS DISPOSITIVOS LEGAIS ACIMA ESPECIFICADOS.
Mas, ao tempo que isto acontece, a Prefeitura desapropria a Vila Brandão que começa justamente ali no Largo da Vitória. Será que o decreto de desapropriação procura se coadunar com a decisão do Iphan ou está à favor da imobiliária e dos herdeiros? Só o tempo dirá.
Mas, deixando esta briga de cachorro grande para lá, voltemos à nossa igreja e vejamo-la como ela era em tempos passados:
1915
1925
Em sua fachada branca, repleta de talhas, frisos, guirlandas e festões, encontra-se o clássico frontão triangular greco-romano, sobre colunas. Seus altares guardam grande acervo de imagens barrocas. Suas paredes são adornadas com afrescos dos Passos da Paixão. 4 lápides no interior da igreja foram inscritas, em 1938, no Livro de Tombo das Belas-Artes.
Nascido em Santo Amaro da Purificação em 20 de março de 1916, desde pequeno Sadoch frequentava as missas e admirava o trabalho dos padres. Iniciou a vida religiosa ainda muito jovem, no ano de 1929. Aos 25 anos foi ordenado padre, em 30 de novembro de 1941. Sadock divide sua trajetória em três momentos principais, nas três paróquias em que trabalhou: em 1942 administrou a Paróquia de São Cosme e São Damião, na Liberdade, onde passou sete anos; em seguida foi transferido para a Paróquia Cristo Rei São Judas Tadeu, na Baixa de Quintas, onde trabalhou por 17 anos; em 1968 foi para a igreja Nossa Senhora da Vitória, onde atua até hoje, realizando diversos trabalhos sociais.
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